quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bombeiros e saúde ocupam ‘praça’ da Alerj contra políticas do governo Cabral


Servidores da saúde e do Corpo de Bombeiros ocuparam as escadarias da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (30), num protesto que tem como pontos comuns a defesa dos serviços públicos e o repúdio às políticas adotadas pelo governador Sérgio Cabral Filho.

Dentre as principais reivindicações da manifestação estão, por um lado, a exigência de que o governador retire o projeto enviado à Assembleia Legislativa que transfere o controle e a administração dos hospitais públicos para organizações sociais privadas e, por outro, que ele acate as reivindicações dos bombeiros, até hoje ignoradas, apesar da propaganda oficial de que vêm sendo atendidas.

“Estamos aqui para denunciar: a lógica do setor privado é o lucro e não atender à população”, disse a servidora Denise Nascimento, diretora do Sindsprev-RJ, ao criticar a privatização dos hospitais por meio de organizações sociais. Ela chamou a população a apoiar esse movimento para que, num futuro breve, não fique sem acesso aos serviços públicos de saúde. Os trabalhadores do setor também exigem reajuste salarial, a implantação do plano de carreira e aumento do “vergonhoso” salário-base de R$ 171.

Representantes dos bombeiros denunciaram que o governador não atendeu às reivindicações da categoria e que eles continuam correndo o risco de serem expulsos por conta da ocupação do quartel central da corporação três meses atrás. Eles afirmaram que estão dispostos a retomar as mobilizações nas ruas para mudar esse quadro e decidiram permanecer acampados em frente à Assembleia Legislativa.

A manifestação da saúde prosseguirá nesta quarta-feira (31), quando os trabalhadores devem retornar à Alerj para pressionar os deputados.

A sessão da Assembleia Legislativa desta terça não tratou do projeto das OS, que também não está na pauta da sessão desta quarta. Mas nada impede que ele ainda seja posto em votação pela base governista neste dia, embora não seja o mais provável, de acordo com assessores parlamentares e deputados ouvidos pela reportagem. Haveria, no entanto, uma crise instalada dentro a base aliada de Cabral por conta da decisão do governador de exonerar quatro secretários, para que votassem no projeto da OS, e voltar atrás em menos de 24 horas, revogando a medida. Reuniões teriam ocorrido nesta terça para tratar do projeto que atinge os hospitais. A bancada do PT, partido aliado de Cabral, teria fechado posição contrária à proposta. Nada disso, no entanto, significa que não haja possibilidade de uma rápida rearticulação do governo para colocar o projeto em pauta.

A direção do Sindsprev-RJ ressalta a importância de reforçar o ato nesta quarta-feira, que deverá contar com servidores de diversas unidades da saúde estadual. A concentração está marcada para começar às 13 horas.



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