terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pacientes do hospital público mandam recado para secretário de Saúde

Pacientes do hospital público elogiam atendimento e mandam recado ao secretário de Saúde SÉRGIO CÔRTES


 "Minha filha foi muito bem atendida aqui e tenho certeza de que ele também seria. Ainda mais sendo o secretário de Saúde. Pode vir para cá, secretário!", disse Alexandra Borges Gomes, de 28 anos, enquanto aguardava, na emergência do Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, o resultado dos exames feitos na pequena Thayná, de 2 anos, que sentia dores na barriga e já havia vomitado algumas vezes.
A diarista se referia ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, que, ao sofrer intoxicação por fumaça e um corte na perna num incêndio que atingiu sua cobertura dúplex, na Lagoa, na madrugada de sexta-feira, preferiu ser levado a um hospital privado ao de referência do Samu na região, o Miguel Couto.
Mas se há quem esnobe, outros fazem questão de ser atendidos lá. E o caso da estudante Letícia Aparecida de Almeida, de 19 anos, que mora a cerca de 30 quilômetros do hospital — a cobertura de Cortes fica a 1,5 quilômetro da unidade —, mas só confiou nos médicos do Miguel Couto para examinar seu filho de 2 anos, que se acidentou numa piscina.
— Moro em Curicica. Peguei dois ônibus para chegar aqui. Levamos uma hora e meia com o Henry no colo, chorando de dor, mas não vou ao Lourenço Jorge nem a nenhum outro hospital. O atendimento aqui é melhor — disse ela, que, cerca três horas depois, saía da unidade com o filho imobilizado. — Foi uma fratura de fêmur. Valeu a pena ter vindo aqui.
Acompanhando a mãe numa enfermaria da Clínica Médica desde quarta-feira, o auditor fiscal de qualidade Evandro Marques, de 32 anos, também é só elogios: 

"Vim de Curicica, mas valeu a pena. O atendimento é bom"
Letícia de Almeida
Estudante 
 
— O atendimento aqui é diferenciado. O secretário de Saúde poderia vir para cá. Ele seria bem tratado. E devia ter dado o exemplo. Se todo mundo tem que passar por um hospital público, ele também deveria.
 
PERGUNTAS QUE FICARAM SEM RESPOSTA
 
O PRIVILÉGIO
A Secretaria estadual de Defesa Civil, responsável pelo Corpo de Bombeiros, não respondeu ao EXTRA por que a guarnição que levou Sérgio Cortes para um hospital privado, em vez do de referência, não será punida, já que quebrou uma norma da corporação.
Também não informaram quem deu autorização à equipe para quebrar a regra.
 
A NORMA
A Secretaria de Defesa Civil também não informou a razão de existir uma norma que determina que as vítimas sejam levadas apenas para os hospitais de referência da rede pública.
 
ATENDIMENTO DO SAMU
A assessoría de imprensa dos Bombeiros respondeu que não informaria quantas remoções foram feitas para hospitais públicos e para hospitais particulares desde o ultimo sábado pelas ambulâncias do Samu/GSE.
JORNAL EXTRA

RJPrev deverá sair do papel até fevereiro

O RJPrev, fundo de previdência complementar para os servidores estaduais, deverá funcionar a partir de fevereiro do ano que vem. O assunto foi tratado numa reunião, este mês, entre o secretário estadual de Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, e o presidente do Rioprevidência, Gustavo Barbosa, que indicou essa expectativa. Segundo o secretário Sérgio Ruy, no início, a adesão deverá ser discreta, com previsão de crescimento do interesse por parte dos servidores, de forma gradual.
Aprovado pela Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) em maio, o RJPrev vai arcar com os benefícios de futuros servidores que tenham salário acima do teto do INSS (R$ 3.916,20) e queiram
manter a renda depois de aposentados.
Esses servidores terão que contribuir com 11% do teto do INSS mais 8,5% do valor que esteja acima desse limite. De acordo com o texto discutido na Alerj, 80% dos novos servidores não serão afetados pela mudança, pois ganham abaixo do teto de R$ 3.916,20. Para o governo, porém, essa mudança deverá representar uma economia de cerca de R$ 800 milhões por ano.
Parte das contribuições para o RJPrev serão destinadas a dois fundos auxiliares. Um deles vai manter o pagamento de quem viver mais ae 25 anos após a aposentadoria. O outro custeará aposentadorias por invalidez e pensões por morte do servidor.

ENTENDA AS MUDANÇAS  - REGRAS
Como são
O servidor contribui com 11% de seu salário total
Esse percentual garante o pagamento de um benefício com base na média de contribuições previdenciárias do servidor, limitado ao teto do funcionalismo, que é variável
 
Como vão ficar 
O servidor vai contribuir com 11% sobre o teto do INSS
Para ter uma aposentadoria acima do teto do INSS, o servidor terá que contribuir para um fundo complementar. A alíquota será escolhida pelo funcionário, mas o estado vai propor que seja de 8,5% da parcela do salário que excede o teto da Previdência Social. Esse também é o percentual máximo que o estado vai depositar no fundo, como contrapartida
 
CONTRIBUIÇÃO
Como são
Um servidor que ganha R$ 5 mil contribui com 11% sobre seu salário total (R$ 550) e a União entra com mais 22% (R$1.100)
 
Como vão ficar
Um servidor que ganha R$ 5 mil vai contribuir com 11% sobre o teto do INSS (hoje de R$ 3.916,20), ou seja, vai recolher R$430,78
Sobre a parcela de seu salário que exceder o teto (R$ 1.083,80), o servidor poderá descontar mais 8,5% para o fundo complementar, o equivalente a R$ 92,12. A União entrará com mais 8,5% (R$ 92,12)
A contribuição total do funcionário será de R$ 522,90 (ou seja, R$ 430,78 mais R$92,12)

sábado, 27 de outubro de 2012

ATO PÚBLICO EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA


Paraíba: Justiça adia prazo para fim de contrato de 255 médicos de cooperativas

Brasília - O juiz da 1ª Vara do Trabalho de João Pessoa, Arnóbio Teixeira de Lima, determinou que os contratos do governo do estado da Paraíba com  cooperativas médicas termine dia 19 de dezembro. Esta decisão suspende a ordem do Tribunal Superior do Trabalho que determinou o dia 23 de outubro para o fim das atividades dos 255 médicos cooperados.
As cooperativas prestam serviços de saúde a sete hospitais da Paraíba em especialidades de média e alta complexidade, como cirurgia e anestesia. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), essa modalidade de terceirização foi proibida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho em 2006.
O MPF chegou a recomendar que o Ministério da Saúde mandasse a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) para temporariamente suprir a lacuna deixada pelos médicos cooperados. Segundo o site do Ministério da Saúde, FN-SUS presta “assistência rápida e efetiva às populações em território nacional e internacional, atingidas por catástrofes, epidemias ou crises assistenciais”
Apesar da recomendação do MPF, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba a intervenção não será necessária, já que o governo do estado publicou edital de seleção pública para a contratação de 255 médicos.
O MPF ressalta que, embora alertada há mais de um ano sobre a iminência do trânsito em julgado, tanto pelo procurador da República Duciran Farena, quanto pelo Ministério Público do Trabalho e outras entidades, como o Conselho Regional de Medicina, a Secretaria de Saúde da Paraíba não tomou as atitudes necessárias para diminuir os efeitos da suspensão do atendimento por esses médicos.

Neurocirurgia ameaçada no Hospital da Posse

Os dois candidatos que se enfrentam nas umas amanhã em Nova Iguaçu, têm algo em comum: a certeza de que o Hospital da Posse é um problema.
  •  Cada vez maior.
  •  Nos últimos dias, 15 médicos pediram demissão do Centro de Neurocirurgia. Alegam falta de condições de trabalho, ausência de equipamentos e de recursos.
  • Os profissionais de saúde da unidade denunciam ainda que, por falta de medicamentos específicos, alguns pacientes não conseguem completar o ciclo de tratamento com antibióticos.
  • O que aumenta a resistência das bactérias.
Sem residência
  •  O programa de residência em neurocirurgia é obrigado, pelo Ministério da Saúde, a fazer 300 cirurgias por ano. Pelo que se desenha até agora, em 2012, a meta não será atingida.
  •  A unidade corre o risco de perder o certificado e ter que fechar a residência em 2013.
  • O Hospital da Posse é o único polo de atendimento público de neurocirurgia do município.

Paciente contrai superbactéria em emergência de lata em Bonsucesso

Com problemas de coração, o aposentado João Balbino da Silva, de 81 anos, deu entrada há um mês com pressão alta e quadro de acidente vascular encefálico na emergência do Hospital Geral de Bonsucesso, que, há quase dois anos, funciona em contêineres. Na última quarta-feira, descobriu-se que ele contraiu VRE (Enterococos Resistente à Vancomicina), bactéria com grande resistência a antibióticos. No último dia 8, um parecer da Divisão de Engenharia do próprio hospital alertava para risco de contaminação de pacientes devido ao mau funcionamento do sistema de exaustão da emergência.
A unidade passou a ser chamada de “emergência de lata” porque, há quase dois anos, três contêineres passaram a servir de local de atendimento de pacientes. Era para ser uma medida temporária, uma vez que a antiga emergência sofreria uma reforma, orçada em R$ 8 milhões. Mas irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União levaram à suspensão do contrato. A precariedade da emergência foi mostrada pelo GLOBO em junho passado, com flagrantes de pacientes sendo atendidos no corredor.
MPF e defensoria mobilizados
As más condições do local podem estar ligadas às complicações de saúde de João Balbino. Há cerca de duas semanas, a Defensoria Pública Federal e o Ministério Público Federal deram entrada numa ação civil pública contra a direção da unidade. É a primeira vez que os dois órgãos, que atuam em polos distintos, estão juntos num processo contra um hospital no Rio.
— Há cerca de um ano e meio, temos denunciado irregularidades na atual gestão da unidade, que vão de troca de exames ao funcionamento da emergência em contêineres. E, agora, já estou oficiando a direção da unidade para saber se há outros pacientes contaminados. Se houver, quero saber o que estão fazendo e se é caso de isolamento — afirmou ontem o defensor público federal Daniel Macedo.
Na ação civil, há um pedido de liminar para exigir que os pacientes atendidos na “emergência de lata” permaneçam no máximo 24 horas na unidade. Caso seja necessária a internação, eles deverão ser transferidos para outros hospitais públicos ou privados, com as despesas pagas pela União.
João Balbino foi internado no dia 26 de setembro. Durante o período que permaneceu na emergência, apresentou uma celulite na perna. Em seguida, foi diagnosticado que ele estava com o VRE. O caso veio à tona esta semana, mas a data exata de quando foi dado o diagnóstico não foi divulgada. Na sexta-feira, o paciente foi transferido para o setor de Clínica Cirúrgica da unidade, e está em isolamento.
Morador da Ilha do Governador, o paciente é cardíaco. A família foi surpreendida pela notícia de que o estado de saúde dele se agravou. Mulher de João Balbino, Maria disse que ele foi levado para o hospital após ter sofrido um desmaio.
— Se ele pegou uma bactéria, foi lá no hospital. O meu filho está o tempo todo ao lado dele para saber o que de fato aconteceu — disse a idosa, que se recupera de uma fratura de fêmur e não pode sair de casa.
Em nota, o Núcleo estadual do Ministério da Saúde informou na sexta-feira que a contaminação daquela unidade foi detectada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do hospital, e que todas as medidas técnicas cabíveis já foram tomadas. O Ministério da Saúde afirmou ainda que o paciente tem sido mantido sob observação. Segundo o comunicado, estão sendo feitos exames para saber se há outros pacientes contaminados entre os 36 internados, mas até agora nada foi constatado.
O diretor do Sindicato dos Médicos, Júlio Noronha, disse que infecções por VRE costumam ser graves, em especial em pacientes já debilitados ou com imunodeficiências, como transplantados ou doentes com diabetes severas. Ele chamou atenção para a necessidade de se agir rápido, uma vez que o contágio por este tipo de bactéria é muito agressivo.
— Em 2007, houve uma situação semelhante no Hospital de Bonsucesso que levou alguns pacientes à morte — observou Noronha.
Emergência superlotada
O diretor do sindicato lembrou ainda que os contêineres só têm capacidade para cerca de 30 pessoas, mas há uma superlotação das unidades, que já chegou a ter mais de 70 pessoas internadas.
O Hospital Geral de Bonsucesso informou na sexta-feira que há ainda 36 pacientes internados na Unidade de Suporte de Emergência. Uma análise feita pela divisão de engenharia da unidade concluiu que o sistema de renovação de ar dentro da emergência não estava funcionando bem. No setor feminino, só estariam ocorrendo quatro trocas de ar, sendo duas delas com ar externo, e, no masculino, três trocas, sendo uma e meia externa. O recomendável seriam seis trocas, incluindo duas com ar externo.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da unidade pediu que o problema fosse corrigido para evitar riscos para os pacientes. O Cremerj também enviou ofício à direção do hospital exigindo providências, no dia 10 deste mês.
No início de 2011, a Controladoria Geral da União apontou irregularidades, inclusive sobrepreço, nas obras da emergência. A reforma era feita pela empresa Globotec.
A história se repete
Esta não é a primeira vez que pacientes do Hospital Federal de Bonsucesso, antigo HGB, são contaminados pela superbactéria enterococo resistente ao antibiótico vancomicina (VRE). Há exatos cinco anos, 16 pessoas morreram em decorrência de complicações causadas por essa bactéria. Outros 33 também foram contaminados, mas receberam alta após o tratamento.
Os casos no antigo HGB foram identificados em outubro de 2007, na emergência do hospital, que acabou fechada dias depois. A contaminação foi descoberta quatro meses após o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) denunciar a superlotação da unidade. Dos 16 doentes com infecção confirmada, cinco estariam no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e os outros 11, divididos em unidades de isolamento dentro do hospital, principalmente no segundo andar do prédio. As mortes começaram a ocorrer entre outubro e novembro naquele ano.
Também em 2007, outros casos de contaminação da superbactéria foram detectados no Hospital Souza Aguiar, onde quatro pacientes foram vítimas da bactéria, mas somente um desenvolveu a doença.

Um incêndio destruiu a cobertura (milionária) do secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes

Um incêndio destruiu a cobertura (milionária) do secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, na madrugada desta sexta-feira. O fogo teria começado numa adega climatizada e foi inicialmente combatido pelo próprio secretário, que já foi médico do Corpo de Bombeiros. Ele retirou os filhos de casa e tentou controlar as chamas com extintores. Côrtes sofreu um corte na perna direita, o que fez com que perdesse muito sangue, e foi retirado do apartamento desacordado devido à quantidade de fumaça que inalou.
O secretário de Saúde foi levado pelos bombeiros para um hospital particular ( tinha que ter ido para um hospital público ) , e não para a unidade pública mais próxima, como acontece em todos os socorros feitos pelo Samu. O Corpo de Bombeiros admitiu a exceção e explicou, em nota, que Côrtes, com plano de saúde, já tinha seu médico à espera no Hospital Samaritano, em Botafogo. “A família optou pela transferência para esta unidade para que ele não ocupasse um leito desnecessariamente”, diz a nota.

Seis carros do Corpo de Bombeiros, de quatro quartéis, foram para o local. Um trecho da Avenida Borges de Medeiros teve que ser interditado. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, que esteve no local do incêndio e no hospital, o fogo começou no segundo andar do duplex. Bombeiros que atuaram no combate às chamas disseram que a atuação de Côrtes impediu que o fogo se alastrasse para os apartamentos vizinhos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ATO PÚBLICO E FÓRUM DA SAÚDE


Saúde estadual aprova participação no ato unificado de 30/10 contra privatizações

Servidores públicos estaduais aprovaram, em assembleia realizada segunda-feira 22, na sede do Sindsprev/RJ, a participação no ato público unificado da saúde federal que acontecerá dia 30/10, a partir das 10h, na Cinelândia. A manifestação vai denunciar os ataques movidos pelos governos Dilma (PT) e Cabral Filho (PMDB) aos direitos de servidores federais e estaduais, como a implantação do ponto eletrônico (que ameaça o  duplo-vínculo e as 30h semanais), a migração forçada para a fundação privada de saúde (Decreto nº 43.865) e as privatizações.
A assembleia também aprovou a realização de atos nos principais hospitais da rede estadual e a distribuição de carta à população, na manifestação do dia 30/10, explicando as razões da luta dos servidores. “A fundação de saúde imposta por Sergio Cabral Filho é uma armadilha contra os servidores e a própria saúde pública. A fundação exclui os auxiliares de enfermagem. Não devemos migrar, não devemos abrir mão da nossa estabilidade. Somos maioria na rede”, afirmou a diretora do Sindsprev/RJ Rosimeri Paiva.
“A fundação de saúde não vai ficar submetida à lei de licitações, não terá de prestar contas de suas ações ou do atendimento ao público, vai contratar pessoas pela CLT e avaliar seus empregados segundo critérios de produtividade típicos das empresas privadas. Daqui a pouco vão cobrar por consultas e exames da população. No Into já existem dois andares reservados para planos privados de saúde. Fundação é privatização. Nós, servidores, não devemos migrar. Nossa luta é por salário, PCCS e atendimento digno à população”, completou a também dirigente do Sindsprev/RJ, Lúcia Pádua.
Servidora do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), Cintia Teixeira destacou a importância de os trabalhadores da saúde estadual repudiarem a migração e a armadilha contida no Decreto do governo. “Não admitidos conversar nada sobre esse Decreto, que tem por objetivo acabar com o serviço público e com a figura do servidor estatutário, abrindo caminho às privatizações. Nossa resposta será a mobilização”, disse.
Na abertura da assembleia, o advogado do Sindsprev/RJ, Antonio Júnior, explicou o andamento das principais ações movidas pelo Sindicato em benefício dos servidores da saúde estadual.

SINDSPREV

sábado, 20 de outubro de 2012

Falta de leitos preocupa especialistas


Rio de Janeiro: um em cada cinco leitos públicos deixou de existir

Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, 42 mil leitos foram desativados desde 2005, em todo o país. Segundo especialistas, as consequências são as filas para cirurgias e a superlotação das emergências. No Rio, um em cada cinco leitos públicos deixou de existir neste período.

* Lucelena Lacerda Lima (doméstica);
* Dr. Jorge Darze (pres. Sindicato dos Médicos/RJ);
* Mônica Almeida (subsecretária estadual de Saúde/RJ).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Prefeito quer municipalizar dois hospitais



Gestão do Rocha Faria e do Albert Schweitzer deve ser repassada pelo Estado Sindicato dos médicos critica
Os hospitais estaduais Rocha Faria, em Campo Grande, e Albert Schweitzer, em Realengo, ambos na zona
oeste, devem ser municipalizados, como já aconteceu com o hospital Pedro II, em Santa Cruz. A medida está nos planos de Eduardo Paes para os pró ximos quatro anos à frente da prefeitura. Apesar da estrutura precária e das salas lotadas, as duas unidades fazem, cada uma, cerca de 400 atendimentos por dia, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
No Albert Schweitzer trabalham 686 funcionários e, no Rocha Faria, 628. Este último informou que frequentemente trabalha acima da capacidade, como na segunda-feira, quando foram feitos 575 atendimentos de emergência, quatro vezes mais da capacidade considerada normal. 

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, o problema não é a municipalização dos hospitais, mas a forma de gestão:
“O problema é que essas unidades que estão sendo municipalizadas, como foi o caso do Pedro II, ao invés de terem uma gestão pública, são entregues a uma gestão privada, através de Organizações Sociais. No nosso entendimento, esse projeto está a contramão do que está estabelecido na constituição e nas regras do SUS”. 
Darze destacou ainda a diferença salarial como agravante. Ele diz que os funcionários terceirizados chegam a ganhar R$ 9 mil, enquanto os concursados ganham cerca de R$ 1,6 mil.


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Com a conivência de Eduardo Paes, Cabral e Dilma põem abaixo Hospital do Iaserj

Prédio do Hospital do Iaserj começou a ser demolido em agosto deste ano, privando a população carioca de uma das mais importantes unidades de saúde pública da rede estadual

Um escândalo para ser lembrado como um crime contra a saúde pública, contra os servidores do estado e toda a população, para beneficiar empreiteiras, com fortes indícios de irregularidades. Assim pode ser sintetizada a demolição do Hospital do Iaserj, uma unidade que atendia a mais de 9 mil pacientes por mês, com 41 especialidades, capacidade para 400 leitos e com mais de 100 mil pacientes do SUS cadastrados.
A destruição de uma unidade desta magnitude faz parte do projeto arquitetado pelos governos Dilma Roussef e Sérgio Cabral Filho, com a conivência do prefeito Eduardo Paes. Pretendem erguer no local, com verbas do Ministério da Saúde, um centro de pesquisas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), orçado, inicialmente, em cerca de R$ 500 milhões. Contra a transação, desde o início se colocaram os sindicatos, associações de moradores e conselhos de saúde. Denunciaram o absurdo da demolição, o prejuízo que causaria à população, já atingida pela precariedade do atendimento da rede estadual de saúde e a irresponsabilidade de um gasto milionário para criar apenas 78 leitos a mais para a Inca, concentrando o atendimento, ao invés de descentralizá-lo, como aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde.
Tropa de Choque
A cessão do Iaserj para o Inca, feita em 2008 pelo governador Cabral Filho, foi considerada irregular pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que mandou suspender a demolição e a obra. Mas depois voltou atrás. Ações judiciais contestando o projeto deixavam de ser julgadas. Acionado durante anos, o Ministério Público não se movimentava. A Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), controlada por Cabral, aceitou a cessão do Iaserj. A transação só poderia ser feita com aprovação de emenda constitucional ou projeto de lei, já que pela Constituição do Estado e lei ordinária as instalações do hospital pertencem aos servidores.
Em julho de 2012, Cabral determinou à Tropa de Choque o cerco e a invasão do Iaserj. Do hospital, de madrugada, foram removidos equipamentos caros e pacientes internados, muitos deles internados em CTI, sem licença das famílias ou dos médicos que tratavam deles. A retirada tinha sido proibida por liminar do juiz Daniel Vianna Vargas, no dia 7 de junho. Mas foi cassada no dia 11 de julho pela juíza Simone Lopes da Costa, da 10ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio (Comarca da Capital). Em setembro o Inca, dirigido por Luiz Santini, tomou posse efetiva do Iaserj e começou a demolí-lo.
Pacientes criticam demolição e transferência de serviços para o Maracanã
Os servidores do Hospital do Iaserj Central, cerca de 1.500, foram transferidos para o ambulatório do Iaserj no Maracanã. Ao contrário do que afirmou o secretário estadual de saúde, Sérgio Côrtes, a unidade não tem espaço para atender todos os pacientes do Hospital Central do Iaserj.
Nair Joaquina dos Santos, 72 anos, é paciente do Centro de Tratamento de Feridas (Cetaf) do hospital, único no estado. Critica o governo Cabral pela demolição e diz que dá dor no coração ver aquilo tudo ser destruído. “Andei por dois, três hospitais, mas só encontrei tratamento no Iaserj. Eles são muito bons. Mas a mudança para o Maracanã me atrapalhou muito”, disse. Alberto, morador da Tijuca, disse que ficou 2h30 para ser atendido no Laboratório do Maracanã porque a sala é pequena, não cabendo os sete servidores que faziam o serviço rapidamente no Hospital Central do Iaserj. “Está sempre lotado”, acrescentou.
Teresinha de Jesus acusa os envolvidos no projeto de agirem por interesse pessoal e acha que o dinheiro deveria ter uma destinação mais útil para a população. “Eles fazem tudo isso para entrar dinheiro no bolso deles. Em vez de mandar pôr abaixo um hospital poderiam fazer reformas neste e nos outros que estão caindo aos pedaços, colocar mais leitos, pagar melhores salários”, defendeu. André Luiz Carlos diz que os servidores procuram atender os pacientes da melhor forma, no Maracanã. “Mas enfrentam a falta de espaço. O governo mentiu quando disse que daria as condições necessárias ao atendimento. Outra dificuldade é que o Hospital do Iaserj era no centro o que facilitava. Aqui, no Maracanã, as pessoas têm que pegar várias conduções pra chegar”, disse.
Derly Santos não entende por que o novo Inca tinha que ser construído no lugar do Iaserj. “Com tanto lugar pra isso, por que demolir um hospital que funcionava bem para construir um que vai tratar de só uma doença? Fica difícil de entender”, argumenta. José Silva, 67 anos, morador de Niterói, até concorda com a demolição, desde que, antes, o Inca construísse um hospital que substituísse o do Iaserj. “Afinal, como servidores, contribuímos financeiramente para a construção do Iaserj e temos direito aos serviços que ele prestava”, lembrou. Valdira da Silva Santos acha uma indecência gastar milhões para acabar com o Iaserj. “Aqui, no Ambulatório do Maracanã, só dão 12 números para ortopedia. Resultado, fiquei sem atendimento e vou ter que voltar outro dia”, lamentou.
André Gustavo, professor do estado, condena a destruição do Iaserj Central. “A gente fica sem compreender como um governador faz a covardia, o absurdo que fez com o Iaserj. Me consulto lá desde que era criança, Minha mãe é servidora do estado. Ele acaba com o Iaserj para entregar o espaço ao Inca que depois entregará, com certeza, o prédio para a iniciativa privada, como tem acontecido com outros hospitais e também na educação”. O professor lembra que não se justifica demolir o Iaserj para construir um centro de pesquisas do Inca, com tanto espaço no estado para que isso fosse feito. “Por que não constrói o Inca no Porto Maravilha? Por que ele entregou aquela área para o Eike Batista. É tudo um absurdo”, constatou.

SINDSPREV

Justiça de São Paulo anula contratos do Estado na saúde

A Justiça do Trabalho decretou a nulidade de todos os contratos entre a Secretaria de Estado da Saúde e OSSs (Organizações Sociais da Saúde) por supostas irregularidades trabalhistas.
A decisão exige a troca imediata de funcionários terceirizados por servidores concursados nos 37 hospitais e em outras 44 unidades de saúde administradas por essas entidades em todo o Estado de São Paulo.
A decisão é da juíza Carla Malimpenso de Oliveira El Kutby, que atua na 3ª Vara do Trabalho. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Trabalho, em ação impetrada em 2010.
Pelos contratos, o Estado repassa dinheiro às entidades, que por sua vez contratam profissionais da saúde para atuarem em unidades que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
As OSSs gerenciam as unidades, mas é o Estado quem continua responsável por serviços essenciais, como compra de remédios e manutenção dos prédios.
CLT
O Ministério Público do Trabalho defende que, ao contratar OSSs, o Estado descumpre a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
A juíza acata esse entendimento: considera que esses trabalhadores terceirizados são, na prática, empregados do Estado.
Por isso, deveriam ser concursados ou contratados diretamente pela Secretaria de Estado da Saúde.
"O trabalho desenvolvido com pessoalidade e onerosidade por longo tempo caracteriza subordinação, elemento que qualifica a relação de emprego", afirma a magistrada.
O presidente do SindSaúde (sindicato dos trabalhadores públicos da saúde no Estado), Benedito de Oliveira, concorda com a decisão da Justiça. Na opinião dele, a situação dos contratados por OSSs é irregular. "O Estado tem de contratá-los", afirma. (SIMEI MORAIS)
FOLHA DE SÃO PAULO