Pacientes do hospital público elogiam atendimento e mandam recado ao secretário de Saúde SÉRGIO CÔRTES
"Minha filha
foi muito bem atendida aqui e tenho certeza de que ele também seria. Ainda mais
sendo o secretário de Saúde. Pode vir para cá, secretário!", disse
Alexandra Borges Gomes, de 28 anos, enquanto aguardava, na emergência do
Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, o resultado dos exames feitos na
pequena Thayná, de 2 anos, que sentia dores na barriga e já havia vomitado algumas
vezes.
A diarista se referia
ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, que, ao sofrer intoxicação por
fumaça e um corte na perna num incêndio que atingiu sua cobertura dúplex, na
Lagoa, na madrugada de sexta-feira, preferiu ser levado a um hospital privado
ao de referência do Samu na região, o Miguel Couto.
Mas se há quem esnobe,
outros fazem questão de ser atendidos lá. E o caso da estudante Letícia
Aparecida de Almeida, de 19 anos, que mora a cerca de 30 quilômetros do
hospital — a cobertura de Cortes fica a 1,5 quilômetro da
unidade —, mas só confiou nos médicos do Miguel Couto para examinar seu filho
de 2 anos, que se acidentou numa piscina.
— Moro em Curicica. Peguei
dois ônibus para chegar aqui. Levamos uma hora e meia com o Henry no colo, chorando
de dor, mas não vou ao Lourenço Jorge nem a nenhum outro hospital. O
atendimento aqui é melhor — disse ela, que, cerca três horas depois, saía da
unidade com o filho imobilizado. — Foi uma fratura de fêmur. Valeu a pena ter
vindo aqui.
Acompanhando a mãe numa
enfermaria da Clínica Médica desde quarta-feira, o auditor fiscal de qualidade
Evandro Marques, de 32 anos, também é só elogios:
"Vim de Curicica, mas valeu a pena. O atendimento é bom"
Letícia de Almeida
Estudante
— O atendimento aqui é diferenciado. O secretário de Saúde poderia vir para cá. Ele seria bem tratado. E devia ter dado o exemplo. Se todo mundo tem que passar por um hospital público, ele também deveria.
PERGUNTAS QUE
FICARAM SEM RESPOSTA
O PRIVILÉGIO
A Secretaria estadual de Defesa Civil, responsável pelo Corpo de Bombeiros, não respondeu ao EXTRA por que a guarnição que levou Sérgio Cortes para um hospital privado, em vez do de referência, não será punida, já que quebrou uma norma da corporação.
Também não informaram quem deu autorização à equipe para quebrar a regra.
A Secretaria estadual de Defesa Civil, responsável pelo Corpo de Bombeiros, não respondeu ao EXTRA por que a guarnição que levou Sérgio Cortes para um hospital privado, em vez do de referência, não será punida, já que quebrou uma norma da corporação.
Também não informaram quem deu autorização à equipe para quebrar a regra.
A NORMA
A Secretaria de Defesa Civil também não informou a razão de existir uma norma que determina que as vítimas sejam levadas apenas para os hospitais de referência da rede pública.
A Secretaria de Defesa Civil também não informou a razão de existir uma norma que determina que as vítimas sejam levadas apenas para os hospitais de referência da rede pública.
ATENDIMENTO DO SAMU
A assessoría de
imprensa dos Bombeiros respondeu que não informaria quantas remoções foram
feitas para hospitais públicos e para hospitais particulares desde o ultimo
sábado pelas ambulâncias do Samu/GSE.
JORNAL EXTRA
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