segunda-feira, 18 de abril de 2011

Se o Hospital Pedro II não tivesse fechado ...

Gestantes da Zona Oeste enfrentam dificuldades para ter o atendimento

Mãe de quatro filhos, a dona de casa Cláudia dos Reis, de 37 anos, moradora de Santa Cruz, jamais imaginou que a quinta gestação seria a mais difícil. Como enfrenta uma gravidez de risco, ela necessita de tratamento especial. Se o Hospital Pedro II não tivesse fechado as portas após um incêndio em outubro de 2010, Cláudia poderia ser atendida no local. Ela é vizinha do prédio, e o hospital era o único da região especializado em gravidez de risco. No Pedro II eram realizados cerca de 400 partos mensais.

Sem alternativas, a dona de casa enfrenta uma maratona aos seis meses e meio de gravidez. Pelo menos duas vezes ao mês, ela percorre 62 quilômetros em busca do atendimento adequado no Hospital Maternidade Carmela Dutra, no Lins, na Zona Norte. Sem contar os exames que são realizados em outras áreas do Rio.

— Para chegar à minha primeira consulta, às 8h, saio de casa às 3h30min. Muitas vezes, tenho médico até a tarde. Se só estou com o dinheiro da passagem, fico sem comer. Tem sido um sacrifício — desabafou.

Assim como Cláudia, milhares de mulheres das regiões de Santa Cruz, Sepetiba e Paciência enfrentam maratonas para trazerem os filhos ao mundo. Foi o caso de Débora França, de 28 anos, que mora em Urucânia, Santa Cruz. Para que pudesse dar à luz em 23 de março, a dona de casa percorreu os hospitais da região durante três dias, na traseira de uma van. Com contrações, ela temia perder o bebê, pois já havia passado da data prevista.

— Estivemos no Rocha Faria, em Campo Grande, e me mandaram embora porque não havia vaga. Depois, fomos duas vezes a Itaguaí e Acari, e ouvimos a mesma resposta. Voltei ao Rocha Faria e só fui atendida porque já cheguei tendo o bebê — recordou.

Mas as dificuldades de Débora só estavam começando. Sete horas após o parto, a dona de casa e a filha foram deixadas no corredor da maternidade do Rocha Faria. Ali, ficariam por quase três dias, numa cadeira estofada.

A superlotação da unidade impediu Débora de ter uma cama no hospital. Com ela, outras 15 mulheres tiveram o corredor como quarto.

— Não quero ter mais filhos! — garantiu.

Segundo a Associação dos Servidores do Hospital Estadual Rocha Faria, a média mensal de partos no local teria passado de 340 em agosto do ano passado para 850 partos em janeiro deste ano. A Secretaria estadual de Saúde afirma que a média é de 450 partos por mês.

EXTRA

Um comentário:

  1. A Secretaria Estadual de
    Saude afirma que... Eles afirmam tudo,porem nem lá vão para ver se o que estão afirmando é verdadeiro ou falso ( como é na maioria das vezes), o SERGIO CORTES se recusa a falar sobre o assunto, afinal de contas falar o que?Na verdade ele nada tem pra falar, por isso foge, se esquiva ou simplismente diz "NÃO VOU COMENTAR SOBRE ISSO", canalha ele, canalha o SERGIO CABRAL e canalha o EDUARDO PAES que abriu as pernas para eles e aceitou essa situação calamitosa sem nada dizer a população.

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