Saúde estadual vai ampliar a luta contra o sucateamento e a entrega dos hospitais públicos a grupos privados
Construir em cada hospital, em cada local de trabalho as condições para fazer uma grande paralisação por 24 horas no dia 10 de novembro. Esta é uma das deliberações da assembleia geral dos servidores da rede estadual de saúde do Rio, que também aprovou a adesão à campanha “Fora Cabral”, que deve denunciar à população as condições caóticas da saúde pública, as tentativas de privatização, os desvios de recursos, as irregularidades e as maquiagens com o orçamento público.
Ocorrida na tarde de quinta-feira (27), na sede do Sindsprev-RJ, a assembleia decidiu ainda convocar uma manifestação para a próxima quinta-feira, dia 3 de novembro, a partir das 14 horas, em frente à Secretaria Estadual de Saúde, na rua México 128. A luta é pelo fim do processo de privatização, pela reposição das perdas salariais, pelo cumprimento da lei do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários), dentre outros pontos.
A assembleia debateu a necessidade de buscar a parceria com outros setores do funcionalismo estadual – daí a decisão de trabalhar para rearticular as reuniões do Musp (Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio) – e de tentar trazer a população para a campanha – uma carta aberta será produzida e distribuída com essa finalidade.
Problemas decorrentes à implantação de fundações nos hospitais Santa Maria e no Hemorio foram levados à assembleia e ao conhecimento dos servidores de outros locais. Da reunião realizada com o diretor-executivo destas fundações, concluiu-se que nada ficou claro sobre a situação dos servidores estatutários diante dessa nova e conturbada realidade. “Parte do debate girou em torno de que quem tem que dar conta da situação dos estatutários é o secretário de Saúde e não o diretor das fundações, por isso temos que buscar uma reunião com secretário”, relata Denise Nascimento, diretora do Sindsprev-RJ.
Para dar visibilidade ao movimento contra as privatizações, a corrupção e pelo respeito aos direitos dos servidores, decidiu-se organizar uma nova manifestação em Brasília durante a Conferência Nacional de Saúde, que acontecerá no final de novembro. O protesto denunciará também o constante desrespeito dos governos às decisões dos conselhos de saúde contrárias à privatização.
Foram feitas ainda duras críticas ao que aconteceu na 6ª Conferência Estadual de Saúde do Rio, realizada de 24 a 27 de outubro no Maracanãzinho, onde até a entrada de observadores foi proibida, num evento em que a quantidade de seguranças chamava a atenção e causou momentos de constrangimento contra conferencistas. Ao final, os delgados da própria Conferência, que aprovou resolução pelo fim de todas as formas de privatização da saúde, votaram por imensa maioria uma moção de repúdio à exclusão da população e dos observadores.
Greve, assembleias e ato público
A proposta de paralisação de 24 horas no dia 10 já havia sido aprovada, antes da assembleia geral, nos hospitais Rocha Faria e Albert Schweitzer, ambos da Zona Oeste. A meta agora é levar a ideia às demais unidades e convencer cada servidor da urgência de a categoria se mobilizar para enfrentar os ataques deste governo.
Será produzido boletim abordando o que representam as organizações sociais (O.S.) e as fundações. Os servidores serão orientados a não assinar nada referente a elas sem antes levar a questão ao sindicato e debatê-la em conjunto.
O dia da paralisação será marcado ainda por um ato público, cujo local e hora serão definidos nos próximos dias no sindicato. O objetivo é levar para as ruas a denúncia das condições da saúde e explicar por que a campanha “Fora Cabral” é, acima de tudo, um movimento em defesa da população do Rio de Janeiro.
Sindsprev
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