sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Funcionários do Hospital Estadual Albert Schweitzer fazem protesto

Braços cruzados: funcionários do Hospital Estadual Albert Schweitzer fazem protesto

Funcionários do Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, fazem um protesto na porta da unidade de saúde, na manhã desta quinta-feira, por causa do atraso no pagamento dos salários. A ação reúne médicos, enfermeiros e técnicos, entre concursados e terceirizados. De acordo com a técnica de enfermagem Izabel Aparecida da Conceição Silva, a Organização Social que administra a unidade já disponibilizou o contra-cheque referente ao pagamento de novembro dos funcionários terceirizados, mas o dinheiro não caiu nas contas. Os profissionais do estado também criticam a decisão do governador Luiz Fernando Pezão de parcelar o 13º salário em cinco vezes.

— É uma situação inviável. A conta de luz chega, o aluguel é cobrado, tem gente que está sem poder fazer compras no supermercado. Eu mesma não tinha dívidas com o banco e agora estou no cheque especial. As pessoas querem se organizar para comprar presentes de Natal mas não conseguem — desabafa Izabel.


Apesar da manifestação, a técnica de enfermagem garante que o atendimento no hospital não foi interrompido por falta de profissionais.

— Estamos vindo trabalhar, mesmo alguns sem receber, porque nós vestimos a camisa e não queremos que os cidadãos sejam prejudicados. Todos os setores do hospital estão cobertos — diz ela.

Silene Sousa, médica da unidade, afirma que, por falta de equipamentos, materiais e insumos, estão parcialmente parados os atendimentos nos setores de radiologia, tomografia, laboratório e nutrição.

— Falta medicamento, esparadrapo, gaze, material de todo tipo — diz a médica, que critica a declaração dada recentemente por Pezão sobre uma possível convocação das Forças Armadas para garantir o atendimento dos hospitais: — O atendimento está restrito não por falta de profissionais, mas por falta de insumos. Acho que convocar Forças Armadas, Bombeiros, Polícia, isso é jogar para a mídia.


Cinco reais na carteira

Com um filho de 1 ano e 4 meses para alimentar, um enfermeiro do hospital, que pede para não ser identificado, tem apenas R$ 5 na carteira. O profissional pretende pegar dinheiro emprestado para comprar fraldas para o bebê.

— Coloquei a última fralda do pacote no meu filho hoje de manhã, antes de sair para trabalhar. Na geladeira tinha um mamão, que foi o café da manhã dele, e arroz e feijão, que será o almoço. Não tenho dinheiro nem para comprar legumes — diz.

A OS que administra o hospital disponibilizou no sistema um contra-cheque no qual consta que os funcionários receberam no último dia 7 o pagamento referente ao salário de novembro. No entanto, o dinheiro não caiu na conta, segundo os funcionários.

— Acabei de ir no RH perguntar e eles falaram que não tem previsão para o pagamento.

Em nota, a Secretaria estadual de Sáude informou que, diante da crise financeira do estado, "vem reunindo esforços, dia a dia, junto às secretarias municipais de saúde, ao Ministério da Saúde, outros órgãos do Governo do Estado e até à iniciativa privada para manter suas unidades funcionando no intuito de minimizar ao máximo possível os transtornos à população e restabelecer os serviços eventualmente suspensos ou restritos".

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