quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Mais de 13 mil cariocas esperam atendimento em fila virtual do Into

Defensoria Pública da União tenta reduzir tamanho da fila e cobra medidas. Direção do Into informou que média diária de cirurgias cresceu 40%.



Mais de 13 mil pacientes do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) estão passando dificuldades na fila virtual para receberem atendimento. A senhora Nide Oliveira tem artrose nos dois joelhos e espera uma vaga há três anos. Ela anda com a ajuda de muletas e disse que não tem mais esperança para receber atendimento.
“Eu não tenho mais esperança, é muito difícil moço, eles não sabem o que a gente passa nessa fila. Eu sofro todo dia, dia e noite eu sinto dor”, afirmou.
No site do Into, a senhora Nide está na 1293º posição na fila dos pacientes que aguardam uma cirurgia. Há quase três anos, ela estava na 2309º posição. Ela lamentar a demora e afirma que a recomendação que recebeu é a de aguardar.
Outro paciente que passa por dificuldades é a situação do motorista Agnaldo da Silva. Ele está na fila do Into há mais de seis anos aguardando uma cirurgia no quadril e a longa espera agravou o estado de saúde.
“Sinto dor 24 horas, fico a base de remédio, inclusive tá tudo aqui na bolsa. Acabei de sair da clínica da familia agora passei a tomar remédio tarja preta. Essa semana quase tive infarto pela dor que eu sinto, entendeu, tá brabo”, contou Agnaldo.
De acordo com informações do Into, quase 13,6 mil pessoas aguardam a vez na fila, que só existe no computador. Se a fila fosse formada por todos os participantes que aguardam atendimento, a aglomeração teria sete quilômetros de extensão, o suficiente para dar nove voltas e meia no quarteirão onde fica a unidade.

Defensoria cobra autoridades
A Defensoria Pública da União está tentando reduzir o tamanho da fila e cobra medidas da Prefeitura do Rio, do Governo do Estado e do Governo Federal. O Ministério da Saúde diz que ampliou a rede especializada, com a construção de 27 centros de referência em todo país, desde 2010. O governo do Rio também afirma que aumentou a sua rede nesse período com três novos hospitais. Já a Prefeitura disse que no ano passado fez 38% de todas as cirurgias ortopédicas realizadas em hospitais da rede pública na cidade.
Apesar das melhoras no atendimento apontadas pelas autoridades, funcionários do Into não percebem os reflexos destes números no atendimento do hospital. Uma pessoa que trabalha na unidade e não quis se identificar disse que a fila não anda porque o hospital precisa atender casos de urgência.
A direção do Into informou que a média diária de cirurgias cresceu 40% no primeiro semestre.

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