O governo do estado inaugurou dia 4/03 o Hospital
da Criança, unidade administrada pela Rede D'Or por meio de uma
organização social de saúde (OSS). O serviço é dirigido a crianças e
adolescentes até 19 anos e atende a casos cirúrgicos de câncer e
ortopedia, além de transplantes de rim e fígado.
Com decoração repleta de cores e referências ao universo infantil, o
hospital, localizado na Vila Valqueire, na zona oeste, não tem
emergência e atenderá apenas a pacientes do SUS encaminhados de outras
unidades de saúde, como o Instituto Nacional de Traumatologia e
Ortopedia (Into) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Com o hospital, serão reforçados os transplantes infantis de rim e
fígado, prejudicados desde o fechamento do setor de transplantes do
Hospital Federal de Bonsucesso, em dezembro. O Hospital da Criança
também vai ajudar a desafogar a fila do Into, com o atendimento de 120
pacientes que aguardavam há até cinco anos por cirurgias.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o hospital tem capacidade
de fazer 450 transplantes, 2,4 mil quimioterapias, 3,3 mil
procedimentos cirúrgicos de alta complexidade e 8,4 mil consultas
ambulatoriais anuais. Na unidade, os pacientes podem se submeter a
tomografias computadorizadas, ultrassonografias, ecocardiografias e
broncoscopias.
Também são oferecidos serviços de fisioterapia motora e respiratória,
terapia ocupacional e apoio psicológico às famílias e pacientes. No
total, são 58 leitos de enfermaria, 16 de unidade de terapia intensiva
(UTI) neonatal, nove de UTI pediátrica e oito poltronas de
quimioterapia.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou da
inauguração, disse que o governo federal vai arcar com cerca de metade
do custeio do hospital, com o repasse anual de R$ 35 milhões ao governo
do Rio. Padilha destacou que o hospital representa um salto no
tratamento humanizado no Brasil.
"Tem que transformar o hospital, não em um lugar triste, mas um lugar
feliz. O hospital, acima de tudo, é um lugar de vida, um lugar onde a
gente salva as pessoas de uma situação de sofrimento e busca reconstruir
a alegria. E nada merece mais esforço em reconstruir alegria do que as
crianças".
Um dos destaques da decoração infantil é a máquina de tomografia, em
forma de nave espacial, com luzes de LED representando estrelas e
desenhos de crianças com roupas de astronauta. No elevador, os botões
dos andares são apelidados de painel de controle e, já na recepção,
muitas cores estão na bancada e pelas paredes do salão de espera.
O governador Sérgio Cabral defendeu o modelo de administração de
OSS, que permite a entidades privadas participarem da administração de
hospitais públicos: "O cidadão que vai receber a prestação do serviço
quer é que ele seja gratuito. Ele não quer saber se a gestão é
compartilhada, se é só de funcionários terceirizados... quer saber de
resultado".
O Hospital da Criança ocupará o prédio do antigo Hospital Rio de
Janeiro, unidade privada da Rede D'Or, que será responsável por
contratar e treinar mais de 700 profissionais de saúde.
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