Há um ano uma adolescente de 17 anos que tem paralisia cerebral espera
por uma cirurgia no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
(Into). Ela precisa da operação para caminhar melhor. A estudante Mônica Cunha Faria caminha com dificuldade e não
consegue ficar em pé por muito tempo. Assim como a jovem, mais de 14 mil
pessoas aguardam na fila.
A adolescente nasceu com paralisia cerebral e precisa operar o
calcanhar, joelhos e virilha para andar melhor. Ela diz que quer ficar
boa e poder brincar com os amigos. O pai de Mônica, João, conta que a
filha espera na fila há um ano e que nesse período ela passou da posição
número 56 para 8. Ele diz que largou o emprego para cuidar da filha.
“Acompanho ela para tudo: para escola, para a correria de médicos”, diz
João.
O vizinho da família, André Luís Bezerra, tenta ajudar na busca por
informações. Ele também vive o mesmo drama. André diz que, desde junho,
tentar marcar uma consulta com um ortopedista para o filho. “A gente
liga e o telefone fica tocando música por mais de 15, 20 minutos. E a
gente não consegue ser atendido”, reclama André.
Em dezembro, o RJTV mostrou a fila com milhares de pacientes que
tentavam marcar uma cirurgia no Into. Depois da reportagem, o ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, veio ao Rio e anunciou medidas para
melhorar o atendimento. Entre elas, agendamento informatizado e mutirões
de cirurgias.
Segundo o Into, nove mutirões foram realizados entre janeiro e agosto e
só este ano, os médicos fizeram 6.288 operações. Mas a fila ainda é
grande: 14.200 pacientes aguardam a cirurgia.
A dona de casa Juracy dos Santos diz que está na fila para operar os
joelhos desde 2011. Nesta quinta-feira (12), ela foi ao Into descobrir o
motivo de tanta demora e saiu decepcionada.
“Eu informei meu prontuário e não localizaram. Agora pediram para eu
ligar de novo e remarcar. Para eu ficar ligando para ver quando vai
abrir a fila do joelho”, contou a dona de casa.
O diretor do Into, Marcos Mussafir diz que em todos os países há
espera, como Canadá, Índia, Austrália, Inglaterra. No Canadá, por
exemplo, se espera três anos para operar um quadril ou um joelho.
“Infelizmente, tem essa espera porque o sistema de saúde não consegue
gerar os leitos de forma suficiente, a população aumenta mais e número
de leitos de hospitais e isso dificulta você poder dar o atendimento
imediato à população”, diz o diretor.
Segundo o Into, Mônica vai ser chamada o mais breve possível para
fazer a cirurgia. Sobre o filho do vizinho da Mônica, o médico
recomendou que ele tenha um acompanhamento anual e o Into vai ligar
para família para agendar uma nova consulta. Sobre a Juracy dos Santos, o
Into disse que já resolveu o problema e prometeu fazer o possível para
que não aconteça de novo.
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