sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Jovem com paralisia cerebral espera por cirurgia no Into há um ano

Há um ano uma adolescente de 17 anos que tem paralisia cerebral espera por uma cirurgia no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Ela precisa da operação para caminhar melhor. A estudante Mônica Cunha Faria caminha com dificuldade e não consegue ficar em pé por muito tempo. Assim como a jovem, mais de 14 mil pessoas aguardam na fila.
A adolescente nasceu com paralisia cerebral e precisa operar o calcanhar, joelhos e virilha para andar melhor. Ela diz que quer ficar boa e poder brincar com os amigos. O pai de Mônica, João, conta que a filha espera na fila há um ano e que nesse período ela passou da posição número 56 para 8. Ele diz que largou o emprego para cuidar da filha. “Acompanho ela para tudo: para escola, para a correria de médicos”, diz João.
O vizinho da família, André Luís Bezerra, tenta ajudar na busca por informações. Ele também vive o mesmo drama. André diz que, desde junho, tentar marcar uma consulta com um ortopedista para o filho. “A gente liga e o telefone fica tocando música por mais de 15, 20 minutos. E a gente não consegue ser atendido”, reclama André.
Em dezembro, o RJTV mostrou a fila com milhares de pacientes que tentavam marcar uma cirurgia no Into. Depois da reportagem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, veio ao Rio e anunciou medidas para melhorar o atendimento. Entre elas, agendamento informatizado e mutirões de cirurgias.
Segundo o Into, nove mutirões foram realizados entre janeiro e agosto e só este ano, os médicos fizeram 6.288 operações. Mas a fila ainda é grande: 14.200 pacientes aguardam a cirurgia.
A dona de casa Juracy dos Santos diz que está na fila para operar os joelhos desde 2011. Nesta quinta-feira (12), ela foi ao Into descobrir o motivo de tanta demora e saiu decepcionada.
“Eu informei meu prontuário e não localizaram. Agora pediram para eu ligar de novo e remarcar. Para eu ficar ligando para ver quando vai abrir a fila do joelho”, contou a dona de casa.
O diretor do Into, Marcos Mussafir diz que em todos os países há espera, como Canadá, Índia, Austrália, Inglaterra. No Canadá, por exemplo, se espera três anos para operar um quadril ou um joelho.
“Infelizmente, tem essa espera porque o sistema de saúde não consegue gerar os leitos de forma suficiente, a população aumenta mais e número de leitos de hospitais e isso dificulta você poder dar o atendimento imediato à população”, diz o diretor.
Segundo o Into, Mônica vai ser chamada o mais breve possível  para fazer a cirurgia. Sobre o filho do vizinho da Mônica, o médico recomendou que ele tenha um acompanhamento anual e o  Into vai ligar para família para agendar uma nova consulta. Sobre a Juracy dos Santos, o Into disse que já resolveu o problema e prometeu fazer o possível para que não aconteça de novo.

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