Pacientes que precisam de atendimento de emergência são transportados até hospital na Penha em bancos do veículo
Rio - A falta de macas no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, está colocando em risco a vida de pacientes que precisam de atendimento de emergência. Ontem, O DIA flagrou o drama do comerciante José Roberto Oliveira da Rosa, de 40 anos, vítima de queimadura, que chegou ao hospital em uma ambulância do Samu que estava sem maca. Mesmo com o corpo ardendo, ele, que gritava de dor, foi levado no banco de trás do veículo.
Um cabo do Corpo de Bombeiros, que não quis se identificar, disse que o hospital tem usado as macas das ambulâncias para ajudar no socorro às vítimas na emergência do Getúlio Vargas. Para o bombeiro, os pacientes vítimas de traumas, como fraturas e lesões ortopédicas, podem ter o estado de saúde agravado se não houver o auxílio de uma maca na ambulância.
“Quando um paciente sofre um trauma, ele precisa ficar imóvel. A ausência da maca pode agravar o seu estado de saúde até sua chegada ao hospital”, disse.
SECRETARIA: HÁ SUPERLOTAÇÃO
A Secretaria Estadual de Saúde admitiu que o problema ocorreu na segunda-feira, mas negou que a retenção de macas tenha se repetido ontem: isto, apesar do flagrante registrado pela reportagem de O DIA. O motivo, segundo o órgão, foi a superlotação da emergência, com 211% a mais que sua capacidade normaal. De acordo com a Secretaria, o hospital tem 45 leitos, mas na segunda-feira havia 140 pessoas internadas na emergência da unidade.
“O socorro demorou quase uma hora para chegar. Quando veio, não tinha maca. Achei estranho, mas não me deram nenhuma satisfação”, disse Mabel Allevato, mulher de José Roberto. Dono de uma tenda de churros em um shopping, ele se queimou com o óleo usado na preparação do alimento.
No dia 4 de outubro, O DIA publicou reportagem mostrando que ambulâncias ficavam retidas por falta de macas.
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