domingo, 7 de fevereiro de 2016

Na inauguração’ do ponto eletrônico, faltavam médicos no Rocha Faria

Enquanto o secretário de coordenação de governo do município, Pedro Paulo, e o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, percorriam o hospital Rocha Faria, em Campo Grande, para conhecer o novo ponto eletrônico biométrico instalado para controlar os horários de funcionários, pacientes enfrentavam fila na emergência do hospital. O Rocha Faria foi municipalizado no último dia 11. A visita dos secretários aconteceu ontem de manhã, na mesma hora em que pacientes aguardavam pelo único médico clínico geral que fazia atendimento no plantão.
A dor no peito e incerteza foram as companhias da dona de casa Tânia Maria de Brito, de 55 anos, na manhã do sábado de carnaval. Ela foi ao hospital procurando atendimento na emergência para descobrir a causa do sintoma, mas ao se apresentar à funcionária que cadastrava os pacientes, ouviu que poderia até não ser atendida.
— A atendente, na hora do cadastro, já me avisou que ai demorar muito. Ela me disse até que talvez não pudessem me atender, porque só tem um clínico geral hoje. Ela falou que ia depender da classificação de risco do meu problema de saúde. Estou com dores no peito e dificuldade para respirar, mas não sei o que é, nunca senti isso antes — contou Tânia.
A informação de que havia apenas um clínico geral na emergência também foi passada por uma funcionária para a equipe de reportagem. De acordo com a direção do hospital, dos cinco clínico gerais escalados para o plantão de ontem no setor, dois faltaram alegando problemas de saúde e um chegou atrasado. Ainda segundo a direção, dois deles estavam no local no momento da visita dos secretários, um atendia aos pacientes que chegavam, outro fazia o acompanhamento dos que já haviam sido atendidos. Segundo o hospital, dois outros médicos foram chamados para substituir os faltosos no plantão e o médico atrasado chegou no fim da manhã. Ainda de acordo com a direção, os profissionais que faltaram são funcionários da Organização Social (OS) Hospital Maternidade Teresinha de Jesus (HMTJ), terão que apresentar justificativa, caso contrário, podem ser demitidos.
A dificuldade para conseguir atendimento, no entanto, não era exclusiva aos adultos. A dona de casa Talita Leite chegou às 9h40m em busca de atendimento para a filha de 4 anos que estava com febre. Por volta de meio-dia, ela ainda não havia sido recebida por nenhum médico da unidade. O hospital afirma que havia ontem quatro pediatras de plantão, mas não soube informar o motivo da longa espera da paciente.
As faltas dos médicos ocorreram exatamente no dia em que os cerca de 1700 funcionários contratados pela OS para o hospital começavam a se cadastrar no ponto biométrico. O secretário Pedro Paulo enfatizou a importância da medida para controlar a presença dos médicos e demais trabalhadores.
— Com o ponto eletrônico a gente consegue mensurar exatamente o quanto cada um está trabalhando, sabe quem está faltando e quando. Todos os hospitais municipais administrados por organizações sociais já tem esse dispositivo — afirmou.

http://extra.globo.com/noticias/rio/na-inauguracao-do-ponto-eletronico-faltavam-medicos-no-rocha-faria-18625935.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário