Foto: Arte O Dia
Os conselheiros destacaram que R$ 73,3 milhões apresentados como gastos com saúde não poderiam ser contabilizados assim. Ou seja: não podem fazer parte dos 12% da arrecadação de impostos que a Constituição Federal determina que os estados destinem à Saúde. Mesmo sem os R$ 73,3 milhões, o governo estadual comprovou ter gasto 12,03%. A Secretaria Estadual de Saúde não explicou os gastos e disse apenas que o percentual exigido foi cumprido.O relatório do TCE classifica essas despesas como “não pertinentes”. Na lista dos gastos se destaca o Instituto Vital Brazil, em Niterói, que produz soro contra veneno de cobra e aranha, medicamentos e exames laboratoriais.
Para a festa julina de 15 de julho, gastou R$ 600 com o aluguel do touro mecânico, R$ 1.428,60 com trio de forró e R$ 10.500 com buffet para 350 pessoas. O órgão gastou R$ 15.275 com a feijoada para 235 pessoas e R$ 5 mil para o “2º aniversário da cobra albina que tem o nome de Sivuca”.
Só com “eventos e festejos”, o Fundo Estadual de Saúde, subordinado à Subsecretaria Executiva da Secretaria de Saúde, autorizou o pagamento de R$ 1,45 milhão em 2011, aponta o relatório do TCE. O estado deu R$ 3 mil para apoiar o evento Niterói Naval Offshore.
Secretaria não explica gastos
Infrações de trânsito, autos de infrações emitidos por outros órgãos, juros e multas também foram incluídos pelo estado como gastos com Saúde. A inclusão da despesa na pasta teve como unidade ordenadora, a que autoriza o pagamento, o Fundo Estadual de Saúde (FES). Só com esses itens o governo gastou R$ 1,5 milhão no ano passado.
Foi incluído como investimento em Saúde o pagamento de R$ 18,2 milhões ao INSS. A verba custeou ainda um show do quinteto Sivuca, em agosto do ano passado no instituto Vital Brazil, e a organização de evento com “hospedagem e alimentação” para formação de recursos humanos que custou R$ 59,6 mil ao FES.
A Secretaria Estadual de Saúde limitou-se a informar, em nota, que “o Tribunal de Contas do Estado aprovou as contas. O índice de 12% na Saúde foi atingido.” O órgão não explicou o motivo de tais despesas terem sido incluídas em “aplicações em ações e serviços públicos de saúde”. O Instituto Vital Brazil foi procurado no final da tarde, mas ninguém atendeu o telefone.
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