sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Sindsprev diz que privatização na saúde mata

O Sindsprev-RJ criticou as privatizações na saúde e o descaso dos governos municipal, estadual e federal com os servidores e a população durante audiência pública promovida, na quinta-feira (5), pelo Ministério Público do Rio.

Os secretários de Saúde do município, Hans Dohamann, e do estado, Sérgio Côrtes, não compareceram. Enviaram representantes das secretarias e uma nota conjunta na qual defendem as gestões da saúde e criticam o Ministério Público por divulgar levantamento que mostra um quadro caótico do atendimento nas UPAs (Unidade de Pronto-Atendimento 24 Horas) e nas emergências dos hospitais.

Os representantes das três esferas de governo usaram o tempo que lhes foram oferecidos para apresentar números e divulgar supostas melhorias na saúde. As apresentações, artificiais, foram criticadas pelos servidores. “Dissemos que aquilo tudo que estava sendo mostrado é mentira, a verdade é que o povo está morrendo na fila”, relata Clara Fonseca, da direção do Sindsprev-RJ, que também criticou a ausência das autoridades.

“Ninguém se responsabiliza por nada, deram as costas para a população e para os funcionários. Ele [Sérgio Côrtes] ainda deve estar em Paris dançando com guardanapinho na cabeça... quando ele passou mal, a ambulância do Samu levou ele para o Quinta D’Or, não levou para um hospital público”, disse, se referindo a episódio irregular até hoje não justificado pelo governo.

Também foi alvo de críticas a metodologia adotada na audiência, na qual representantes das secretarias e do Ministério da Saúde usaram largo tempo para apresentar seu ‘balanços’, enquanto a palavra só foi aberta ao público no final do evento. A maior parte da plateia era composta por pessoas ligadas a organizações sociais ou às secretarias. “Me mandaram vir aqui, argumentei que tinha vários pacientes na fila, mas insistiram”, comentou um médico do município, que ressaltou não defender o que acontece hoje na saúde municipal. “Nem sei por que me pediram para vir, eu não concordo com nada disso que está acontecendo, as pessoas estão se arrastando em casa [a espera de serem chamadas na fila virtual]”, criticou.

Ao falar, o servidor Kaiser Albuquerque defendeu o retorno do Hospital Pedro II para o estado e o fim da privatização da unidade. O Ministério Público do Rio entrou com ação civil público na Justiça pelo fim do contrato da Prefeitura com a Biotech, organização social que controla o Pedro II. Kaiser disse que o suposto incêndio que levou à transferência do hospital para o município foi uma farsa montada para justificar a privatização.

A médica Antonieta Campos Xavier, a Dra. Baiana, criticou a demolição do Iaserj, que qualificou como um crime contra a saúde pública. Baiana participou da resistência em defesa do hospital, na Cruz Vermelha, e, certa vez, chegou a declarar que só “sairia dali com o Bope”. Algum tempo depois, todos os que participavam da ocupação contra a demolição foram retirados, junto com pacientes internados, pela força da Tropa de Choque do governador Sérgio Cabral Filho.

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